Em um cenário de economia complexa, compreender o custo efetivo total e transparente de um empréstimo é essencial para decisões financeiras mais sólidas. No Brasil, as taxas de juros permanecem elevadas em comparação a outras grandes economias, tornando a pesquisa prévia um passo fundamental.
Este guia apresenta uma visão detalhada sobre as principais variáveis que incidem sobre o crédito, desde a taxa básica de juros até encargos adicionais, oferecendo dicas práticas para reduzir o impacto no seu orçamento.
O país apresenta as maiores taxas de juros reais entre 40 grandes economias, reflexo de uma combinação de fatores estruturais e políticas monetárias restritivas. A alta inflação histórica, custos administrativos e tributários elevados e elevado índice de inadimplência colaboram para que o spread bancário brasileiro seja significativamente maior.
Além disso, a complexidade regulatória e o risco percebido pelos bancos fazem com que as instituições financeiras mantenham margens de segurança, repassando esse custo ao consumidor através de juros e tarifas.
A taxa Selic, definida pelo Banco Central, é o principal instrumento para controlar a inflação no país. Atualmente em 15% ao ano, ela serve como referência para diversas operações de crédito.
Quando a Selic sobe, todos os encargos e despesas relacionados ao crédito tendem a ficar mais caros. Isso porque o custo de captação para os bancos aumenta, e a transferência desse aumento ocorre diretamente na forma de juros mais elevados ao consumidor.
Historicamente, para cada aumento de 1,4 ponto percentual na Selic, a taxa média de empréstimos pessoais tende a subir cerca de 1 ponto percentual.
Em maio de 2025, as principais instituições financeiras praticavam taxas mensais bastante elevadas para empréstimo pessoal não consignado. Confira os valores médios cobrados pelos grandes bancos:
A taxa média de 8,09% ao mês situa o Brasil entre os mercados de crédito mais caros do mundo. A variação entre as instituições pode representar diferença de centenas de reais em parcelas mensais.
Para aposentados e pensionistas do INSS, o crédito consignado é mais atrativo, com teto de juros fixado em 1,85% ao mês em 2025. O crédito com desconto em folha de pagamento oferece segurança ao credor e condições mais vantajosas ao contratante.
Além do consignado tradicional, o cartão de benefício consignado tem teto de juros de 2,46% ao mês. Essa modalidade permite um limite rotativo semelhante ao cartão de crédito, mas com desconto automático no benefício.
Mesmo nesse perfil mais acessível, é importante comparar ofertas entre bancos e cooperativas, já que pequenas variações podem gerar economia relevante ao longo do prazo.
Para além das taxas anunciadas, o indicador mais confiável é o Custo Efetivo Total (CET), que engloba todos os encargos incidentes na operação de crédito. Ao solicitar uma simulação, exija o CET detalhado para evitar surpresas.
Decifrar as taxas de juros e entender o custo efetivo total e transparente é um passo decisivo para manter o controle das finanças e alcançar objetivos sem cair em armadilhas de endividamento. Com informação e planejamento, é possível tomar decisões mais seguras e reduzir significativamente o impacto dos juros no seu bolso.
Referências