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Taxa Selic e Empr%e9stimos: Entenda a Rela%e7%e3o

Taxa Selic e Empr%e9stimos: Entenda a Rela%e7%e3o

24/11/2025 - 13:51
Robert Ruan
Taxa Selic e Empr%e9stimos: Entenda a Rela%e7%e3o

No cenário econômico do Brasil, a Taxa Selic tem influência direta sobre o custo do crédito e o comportamento de consumidores e empresas. Entender essa relação é essencial para tomar decisões financeiras mais conscientes.

O que é a Taxa Selic?

A Selic, sigla para Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, é a taxa básica de juros da economia brasileira definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil.

Como principal instrumento de política monetária, a Selic atua no controle da inflação e manutenção do sistema financeiro.

Além disso, ela serve como referencial para as demais taxas de juros praticadas por bancos em empréstimos, financiamentos e cartões de crédito.

Histórico e Evolução Recente da Selic

Entre março de 2024 e julho de 2025, observou-se uma trajetória crescente da Selic, atingindo seu patamar mais alto em quase duas décadas.

O nível de 15% ao ano, mantido até novembro de 2025, é o maior desde julho de 2006, quando a Selic estava em 15,25%.

Projeções do mercado indicam manutenção dos 15% até o final de 2025, com redução gradual para 12,25% em 2026, 10,50% em 2027 e 10,00% em 2028.

Motivos para a Elevação da Selic

  • Combate à inflação persistente acima da meta de 3% ao ano, com tolerância de 1,5 ponto.
  • Incertezas nas políticas econômicas dos Estados Unidos e volatilidade nos mercados globais.
  • Gatilho inflacionário local, principalmente no setor de serviços.
  • Decisão do Banco Central de manter juros altos por período prolongado para ancorar expectativas.

Expectativas para Inflação, PIB e Câmbio

As previsões para 2025 estipulam inflação em torno de 4,55%, ainda acima da meta oficial, e 4,20% para 2026.

O crescimento do PIB deve ser de 2,16% em 2025 e 1,78% em 2026, refletindo ritmo moderado da atividade econômica.

Em relação ao câmbio, projeta-se média de R$5,41/US$ em 2025 e R$5,50/US$ no ano seguinte, considerando cenários de estresse e recuperação.

Como a Selic Impacta os Empréstimos e o Crédito

  • Empréstimos pessoais e financiamentos imobiliários e de veículos tornam-se mais caros à medida que a Selic sobe.
  • O consumidor tende a adiar compras de bens duráveis e a reduzir o parcelamento devido ao aumento do custo do crédito.
  • O crédito rotativo de cartão e o cheque especial, já elevados, sofrem reajustes adicionais.
  • Empresas enfrentam custo maior de capital de giro e investimentos, especialmente em setores intensivos em financiamento.

Principais Fatores que Influenciam a Relação Selic x Empréstimos

  • Valor da renda da população, que define capacidade de endividamento.
  • Inovação financeira e inclusão via fintechs, ampliando oferta de crédito.
  • Expectativas de inflação e decisões futuras do Copom.
  • Condições do mercado externo e fluxo de capitais.

Exemplos de Impactos Práticos e Respostas do Mercado

No mercado imobiliário, o número de novos contratos caiu significativamente em 2025, pois os juros altos encareceram os financiamentos.

No setor automotivo, as taxas médias de financiamento passaram de 11% para 14% ao ano, reduzindo a venda de veículos zero-quilômetro.

Famílias estão adiando reformas e compras de eletrodomésticos, priorizando a quitação de dívidas existentes.

Empresas do ramo da construção civil registraram queda na concessão de crédito imobiliário, afetando geração de empregos e estoques.

Apesar do cenário, o crédito bancário cresceu 11,5% em 2024 e a emissão de títulos privados avançou 30%, impulsionados por maior renda e inclusão financeira via fintechs.

Perspectivas e Riscos Futuros

O principal desafio será alinhar a redução gradual da Selic com a estabilidade dos preços ao consumidor, evitando choques que deteriorem a confiança.

Caso a inflação persista acima da meta sem sinais claros de reversão, é possível que o Copom mantenha os juros elevados por mais tempo.

Por outro lado, um recuo acelerado nos preços pode abrir espaço para cortes antecipados da taxa básica de juros.

É fundamental acompanhar indicadores de inflação, decisões do Copom e o cenário externo e pressões inflacionárias internas para ajustar estratégias de crédito e investimentos.

Robert Ruan

Sobre o Autor: Robert Ruan

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